Vista aérea do Campus Universitário da Ufam

Vista aérea do Campus Universitário da Ufam

Universidade Federal do Amazonas

A então história da primeira universidade federal do Estado inicia em 1962, quando o Governo Federal, por meio da Lei 4.049-A, de 12 de junho, criou a Fundação Universidade do Amazonas – FUA, entidade autônoma responsável pela manutenção da Universidade do Amazonas – UA, atual Universidade Federal do Amazonas – Ufam.

No entanto, essa iniciativa somente efetivou-se dois anos depois, com o Decreto 53.699, de 13 de março de 1964, sancionado pelo presidente João Goulart, que organizou a Fundação Universidade do Amazonas. Por esse decreto, a Universidade seria composta pelas faculdades de Direito, de Ciências Econômicas, de Filosofia, Ciências e Letras, de Engenharia, de Farmácia e Odontologia e de Medicina.

Para auxiliar na instalação da nossa Universidade Federal, o governador Arthur Reis, por meio da Lei 22, de 22 de maio de 1964, doou à recém-criada FUA o prédio onde funcionavam as faculdades de Ciências Econômicas e de Filosofia, Ciências e Letras, bem como os móveis, máquinas e utensílios existentes nele. No edifício da rua José Paranaguá, logo foram instalados os serviços administrativos e a Reitoria da Universidade do Amazonas – assumida, inicialmente, por Aderson Andrade de Menezes, escolhido em 13 de julho daquele mesmo ano pelo Conselho Diretor da FUA.

Escola Universitária Livre de Manáos, extinta em 1926

A solenidade de instalação da Universidade do Amazonas foi realizada no então Teatro Amazonas, no dia 17 de janeiro de 1965, mais de meio século depois da fundação da antiga Escola Universitária Livre de Manáos, extinta em 1926.

Nessa época, das seis faculdades que compunham a Universidade, apenas três funcionaram de imediato: a de Direito, a de Ciências Econômicas e a de Filosofia, Ciências e Letras. Ressalte-se que essas faculdades já funcionavam antes da então criação da Universidade e foram incorporadas à estrutura da UA. As demais somente foram instaladas no ano seguinte.

Em atendimento à Lei Federal 5.540, de 28 de novembro de 1968, que fixou as normas de organização e funcionamento das Instituições de Ensino Superior de todo o País, o Conselho Universitário – Consuni aprovou assim a reformulação do Estatuto da Universidade do Amazonas, que se efetivou através do Decreto Federal 66.810, de 30 de junho de 1970.

Criação de Orgãos Complementares

Com essa reforma, a Universidade adotou o sistema de créditos, em substituição ao seriado, e teve sua estrutura organizativa alterada. Foram criadas as unidades setoriais – denominadas Institutos, Faculdades e Escolas – que, por sua vez, eram compostas por subunidades chamadas de Departamentos. Além disso, também foi estabelecida a criação de Órgãos Complementares, como a Biblioteca, o Museu Amazônico, a Editora Universitária, entre outros.

A instituição passou, então, a ser composta por nove unidades: a Faculdade de Direito, o Instituto de Ciências Exatas, o Instituto de Ciências Biológicas, o Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, o Instituto de Letras e Artes, a Faculdade de Estudos Sociais Aplicados, a Faculdade de Ciências da Saúde, a Faculdade de Engenharia e a Faculdade de Educação.

Em dezembro de 1974, uma nova reformulação do então estatuto da UA extinguiu o Instituto de Letras e Artes, e os cursos que faziam parte dele foram incorporados ao Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, que, em razão disso, passou a denominar- se Instituto de Ciências Humanas e Letras – ICHL. Por essa mesma reforma, a Faculdade de Engenharia recebeu nova denominação, Faculdade de Tecnologia – FT, e a Faculdade de Estudos Sociais Aplicados teve a palavra Aplicados retirada de sua nomenclatura, que resultou no seu nome atual, Faculdade de Estudos Sociais – FES.

O Campus da Universidade do Amazonas – que estava sendo construído em uma área doada pelo então Governo do Estado à FUA em 1967, no atual bairro Coroado – recebeu, em 1976, na área hoje denominada Minicampus, Setor Sul, a instalação de suas três primeiras unidades: o Curso de Educação Física, o Instituto de Ciências Exatas e o Instituto de Ciências Biológicas.

As obras dessa etapa inicial começaram nos primeiros anos da década de 1970 e foram executadas pela empresa ENCOL. No ano de 1977, a Faculdade de Tecnologia também foi transferida para o Minicampus.

Ao final dessa década, a Universidade já oferecia assim 24 cursos de Graduação: Direito, Ciências Econômicas, Ciências Contábeis, Filosofia, Pedagogia, Matemática, Química e Letras, todos desde 1965; Engenharia Civil, Farmácia, Odontologia, Medicina e Administração, desde 1966; Ciências Naturais e Biblioteconomia, desde 1967; Serviço Social, com a incorporação da ESSM, desde 1968; Comunicação Social e Educação Física, ambos desde 1969; Ciências Biológicas e Física, desde 1973; Agronomia, Estatística e Geologia, desde 1976, e Engenharia Elétrica, desde 1977.

Hospital de Ensino Getúlio Vargas

Em 4 de fevereiro de 1983, o Governo do Estado doou à Fundação Universidade do Amazonas o prédio e os móveis do então Hospital de Ensino Getúlio Vargas, que já servia como uma unidade de estágio para os cursos da área de Saúde. Após a doação, essa unidade de saúde recebeu a denominação que utiliza até os dias de hoje: Hospital Universitário Getúlio Vargas. A segunda etapa do Campus Universitário, o chamado Setor Norte, foi então inaugurada em 1986 com a entrega dos blocos do Instituto de Ciências Humanas e Letras – ICHL. Em 1987, a Faculdade de Educação também passou a funcionar naquela área e, dois anos depois, a Faculdade de Tecnologia, que antes funcionava na área do Minicampus, foi instalada em seu local atual, próximo ao ICHL, no Campus.

Estatuto da Universidade do Amazonas

Entre as décadas de 1980 e 1990, foram então criados mais nove cursos: Educação Artística, Geografia e História, em 1980; Processamento de Dados, atual Ciência da Computação, em 1985; Ciências Sociais, Desenho Industrial e Engenharia Florestal, em 1987; Engenharia de Pesca, em 1988, e Psicologia, em 1995.

Dois anos depois, a então Universidade recebeu a incorporação da Escola de Enfermagem de Manaus – EEM, que passou a ser uma unidade acadêmica dessa instituição.

Em 28 de agosto de 2000, o MEC homologou mais uma alteração no Estatuto da Universidade do Amazonas, o qual estabeleceu assim a atual estrutura acadêmica da UA, com onze unidades: Instituto de Ciências Exatas – ICE, Instituto de Ciências Biológicas – ICB, Instituto de Ciências Humanas e Letras – ICHL, Faculdade de Tecnologia – FT, Faculdade de Estudos Sociais – FES, Faculdade de Ciências a Saúde – FCS, Faculdade de   Educação – Faced, Faculdade de Ciências Agrárias – FCA, Faculdade de Direito – FD, Faculdade de Educação Física – FEF e Escola de Enfermagem – EEM.

Sua denominação atual, Universidade Federal do Amazonas – Ufam, foi estabelecida pela Lei 10.468, de 20 de junho de 2002. No mesmo ano em que também foi criado o então curso de Zootecnia. Em 2003, mais dois cursos foram implantados, o de Engenharia da Computação e o de Engenharia de Produção, cujas aulas iniciaram no ano seguinte. Nesse ano de 2004, a Ufam já registrava assim mais de vinte mil alunos matriculados regularmente. Distribuídos pelos cursos de Graduação e Pós-Graduação oferecidos na Capital e no interior do Estado.

Nos primeiros anos do século XXI, o Campus Universitário da Ufam recebeu assim a instalação de mais duas unidades acadêmicas. Em 2002, inaugurou-se o pavilhão da Faculdade de Estudos Sociais, e, em 2004, o da Faculdade de Direito. Ainda nesse mesmo ano,  foi  inaugurado  o  bloco  do  curso  de Educação Artística – única unidade acadêmica integrante do ICHL que ainda estava funcionando fora do Campus.

Atualmente, a Ufam oferece 39 cursos em Manaus, distribuídos assim por quatro áreas do conhecimento: Ciências Exatas, Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências Humanas.

O mais recente deles é o de Fisioterapia, cujas aulas iniciaram em 2007. O então Campus da Ufam, projeto arquitetônico de Severiano Mário Porto, está localizado na avenida General Rodrigo Otávio, n. 3.000, e sua área total possui mais de seis milhões de metros quadrados.

Imagem e texto retirados do livro Manaus, entre o passado e o presente do escritor Durango Duarte.

 

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