Local de gente valente e de muito “cabra lambanceiro”. Com muitas “presepadas”, acondicionadas ao ambiente/ um dito chistoso e uma brincadeira “pesada” tem constância no amplo recinto, a céu aberto, que tem limites com o fundo das casas da célebre “Calabria” e o beiradão do rio. Grande na vazante, sem existência nas enchentes.
Barracas espalhadas pela areia, de uma improvisação quase eterna. Onde fixam residência o caboclo que vem do “interior” e muito malandro da cidade. Pagando taxa diária para a Prefeitura, módica porém pontual. Apenas quando em “funcionamento”. Mandar alguém pra “rampa do mercado” já foi desaforo dos grandes. Por isso preferem chamá-la de praia, dando uma expressão mais social, mais amável ao ambiente.
Onde se compra mais barato e também, às vezes, acima da tabela. A praia das noites de luar, bem concorrida e alegre, à luz das lamparinas, quando no tempo da melancia. Com bom material para noticiário policial ou para o anedotário da cidade. Onde ninguém conhece ninguém, e qualquer um que tenha na carteira retratos do Tiradentes pode ser chamado de “doutor”.
Ou coronel, que a patente eleva e dignifica e ajuda no negócio. De frutas e verduras, principalmente. Com as “penosas” e bichos de casco na concorrência. Sem higiene, sem limpeza, numa promiscuidade tão banal e feliz, que o visitante nem chega a notar. Assim é a rampa, desculpem! a Rampa do Mercado.
Coluna A Cidade em Foto do Jornal A Gazeta, 19 de fevereiro de 1964.
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