Vista aérea das pontes Romanas, com os igarapés em pleno período de vazante do rio Negro
Ponte Romana I e a Ponte Romana II
A Ponte Romana I e a Ponte Romana II, erguidas, respectivamente, sobre o igarapé de Manaus e o igarapé do Bittencourt. São conhecidas pela população devido ao estilo arquitetônico de suas construções. E, apesar de serem da década de 1990 do século XIX, têm suas origens, ao menos, duas décadas antes.
Em 1873, aprovou-se a então Lei Provincial 260, de 13 de maio, que autorizou a construção de duas pontes. Uma sobre o então igarapé de Manaus e outra sobre o antigo igarapé do Caxangá – depois, chamado de igarapé do Bittencourt –, no prolongamento da rua Brasileira, atual avenida Sete de Setembro.
Essa iniciativa, entretanto, teve sua efetivação sete anos mais tarde, quando tiveram a aprovação das plantas e orçamentos para erigir essas pontes de madeira, por meio do Projeto 17, de 15 de abril de 1880, da Assembleia Legislativa Provincial. Em 6 de agosto, a administração da Província contratou José Alves da Fonseca para a execução dessa obra, que foi concluída em julho de 1881. No ano seguinte, houve então o desaterro dos dois lados de cada uma dessas pontes.
Na administração estadual de Eduardo Ribeiro, essas duas pontes de madeira foram assim substituídas pelas de alvenaria, existentes até os dias atuais. A concorrência pública para a construção delas foi então aberta em 27 de novembro de 1892.
Antônio Ignácio Martins e Manoel Antônio Grangeiro executaram as obras da ponte sobre o então igarapé de Manaus. Destes, apenas o primeiro ficou responsável pela construção da outra ponte. As obras tiveram início em 1893 e concluídas no primeiro semestre de 1896.
Primeira Ponte e Segunda Ponte
Por meio do Decreto Municipal 3, de 4 de julho de 1896, as pontes Romana I e Romana II receberam, respectivamente, as denominações Floriano Peixoto e Marechal Deodoro. No entanto, devido à ordem de suas localizações na avenida Sete de Setembro – sentido Centro-bairro –, também são conhecidas como Primeira Ponte e Segunda Ponte.
Inauguradas no mesmo dia, 5 de julho de 1896, essas pontes seguiram assim o mesmo modelo das pontes romanas originais: aparência pesada, poucos adornos e simplicidade na estrutura. O guarda-corpo tem um gradil, assemelhado a um corrimão.
Tanto na Romana I quanto na Romana II há assim a predominância de linhas horizontais, que sugerem estabilidade. Na primeira, o aspecto de austeridade tem o reforço da existência de dois grandes apoios em forma de contraforte. Instalados ao lado dos arcos que dão passagem às águas. Os únicos elementos de adorno das obras são os mascarões, encontrados sob os arcos.
Igarapés de Manaus e Bittencourt
Passados sessenta anos da inauguração, em 1956, a então Prefeitura de Manaus realizou pequenos reparos na estrutura dessas duas pontes, que incluíam a renovação da pintura. No início da década de 70, os jornais locais noticiavam o risco de desabamento da Romana II, em virtude das rachaduras existentes em sua estrutura.
Em 1973, o então deputado estadual Mário Haddad sugeriu que os igarapés de Manaus e Bittencourt fossem transformados em avenidas. Tal proposta não se concretizou. Na gestão do então prefeito Jorge Teixeira, foram executadas algumas melhorias na estrutura das duas pontes. Nos anos 1990, durante a segunda administração municipal de Amazonino Mendes, ocorreu a execução a recuperação e restauração dessas pontes, as quais tiveram suas inaugurações em março de 1994.
Com estruturas similares, as Pontes Romanas possuem 230 metros de comprimento por 12 de largura, e, atualmente, a área no seu entorno está sendo revitalizada pelo Governo do Estado, por meio do então Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus – Prosamim.
Foto: Correia Lima, In: Album Descripti vo Amazonico, 1899. Arthur Caccavoni,
Acervo: Eduardo Braga, Amazonas Em Tempo, Biblioteca Samuel Benchimol, Agecom.
Imagem e texto retirados do livro Manaus, entre o passado e o presente do escritor Durango Duarte.
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