Plano do Laboratório do Museu Botânico do Amazonas (pavimento térreo)
Criação do Museu Botânico
O então Museu Botânico Provincial do Amazonas teve sua criação oriunda da Lei 629, de 18 de junho de 1883. Na administração provincial de José Paranaguá e instalado somente no ano seguinte, em 16 de fevereiro, na chácara Caxangá, alugada pela Província.
O funcionamento ficou estabelecido pelo Regulamento 49, de 22 de janeiro de 1884. Que definiu, entre outras coisas, as normas de visitas ao museu, aberto ao público geral apenas aos domingos, sendo assim o restante dos dias da semana destinados aos naturalistas nacionais e estrangeiros.
João Barbosa Rodrigues, Pesquisador Botânico
Dirigido por João Barbosa Rodrigues, pesquisador botânico dedicado ao estudo das orquídeas – entre outras espécies da flora brasileira. Originalmente, à realização de um trabalho voltado para a catalogação da flora amazonense e à extração e ao estudo de material botânico para a aplicação na medicina e na indústria, além de executar estudos voltados para a etnologia das tribos indígenas da região amazônica.
Em 1884, o então Museu Botânico teve sua transferência do seu local inicial para outra chácara, de propriedade do Barão de São Leonardo. Localizada na rua Ramos Ferreira, com 126 metros de frente e 324 de fundo, prédio ocupado pelo Instituto Benjamin Constant desde a sua criação.
Dois anos depois, esse espaço museológico já continha um acervo formado por uma coleção de plantas – também chamada de erbário –, com 1.281 espécies amazônicas e oitocentas espécies dos Estados Unidos da América, doadas à então Província pelo botânico John Donnell Smith, além da seção de Etnografia, com mais de 1.100 objetos indígenas, oriundos de sessenta tribos amazônicas.
Revista Vellosia
Decorridos três dias dessa mudança de endereço, teve a publicação do Regulamento 63. Que reorganizou o museu e determinou, em seu artigo 9º, a então publicação de uma revista em que seriam divulgados os trabalhos realizados pela instituição.
A publicação recebeu a denominação Vellosia, em homenagem ao frei José Mariano da Conceição Velloso, considerado o primeiro botânico do Brasil. Contudo, a revista teve curta passagem pelo meio científico, visto que foram publicadas somente duas edições: a primeira, em 1888, e a segunda, em 1891.
Igarapé da Cachoeira Grande
Após a mudança para o prédio do Liceu, o Museu Botânico do Amazonas passou por grandes dificuldades financeiras. Até que, em 1890, foi extinto pelo governador Ximeno de Villeroy, pelo Decreto 42, de 25 de abril. Thaumaturgo de Azevedo, assim que assumiu o destino da Província em 1891, restabeleceu o museu, mas a efetiva reorganização desse espaço museológico somente ocorreria em 1897, no governo de Fileto Pires Ferreira, reinstalado em um próprio estadual. Nesse mesmo ano, recebeu a denominação de Museu Amazonense e passou a ter como anexo um horto botânico.
As últimas referências encontradas sobre o seu funcionamento datam da primeira década do século XX. Quando estava prevista sua transferência para o Bosque Municipal, situado na avenida Constantino Nery, nas proximidades do então igarapé da Cachoeira Grande. Nessa época, o Museu Amazonense, cuja direção estava confiada a J. Bach, recebeu assim de empresários locais doações de alguns espécimes da fauna amazônica.
In: Revista Vellosia, 1891.
Imagem e texto retirados do livro Manaus, entre o passado e o presente do escritor Durango Duarte.
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