Instituto de Educação do Amazonas, vista da praça Antônio Bittencourt (do Congresso)
A ideia de se instituir uma escola que formasse professores para o ensino público amazonense originou-se em 1852. Pelo Regulamento 1, de 8 de março daquele ano, do governo do primeiro presidente da Província, Tenreiro Aranha.
Entretanto, após várias tentativas sem sucesso, somente em 4 de novembro de 1880, por meio da Lei 506, que a administração provincial autorizou a criar “ao lado do Ensino Secundário. Um Curso Normal para o preparo dos professores primários”.
Da Lei Provincial 506, nasceu o Regulamento 42, de 14 de dezembro de 1881, que criou, de fato, a Escola Normal, instalada em 6 de março de 1882. Seus dois primeiros diretores foram, respectivamente, Epiphanio José Pedrosa e Jonathas Pedrosa – este que, mais tarde, veio a tornar-se governador do Estado.
Escola Normal
De regime misto, no início de suas atividades, a Escola Normal funcionou em um casarão alugado junto à Francisco de Souza Mesquita, localizado em um terreno que fazia limites, ao norte, com a então praça Pedro II; ao sul, com a rua dos Inocentes, atual Visconde de Mauá; a leste, com a rua Governador Vitório, e a oeste, com a rua Taqueirinha.
Essa localização se encontra na Mensagem do presidente da Província, José Lustosa da Cunha Paranaguá, de 16 de fevereiro de 1884, e contradiz as afirmativas de que o curso normalista funcionara no mesmo prédio do Hotel Cassina, visto que as coordenadas são diferentes.
Em junho de 1882, essa Escola passou a dividir as suas instalações com o então Liceu Provincial, que funcionava nas dependências do Seminário São José. Passados dois anos de funcionamento, o Curso Normal perdeu sua autonomia administrativa e tornou-se anexo do recém-criado Lyceu Polythecnico, nova denominação do antigo Liceu Provincial.
Lyceu Polythecnico
Em 12 de abril de 1886, a escola normalista foi dividida em feminina e masculina. Os alunos permaneceram no prédio do Liceu, no então largo do Quartel. As alunas foram transferidas para o Azylo Orphanológico Elisa Souto, na antiga rua da Independência, atual Frei José dos Inocentes.
Com a inauguração, em 1886, do prédio próprio do Lyceu Polythecnico, na rua Municipal, em 1887, transferiram-se para essa nova sede a Escola Normal Masculina e os alunos da escola secundarista. No ano seguinte, foi a vez da então Escola Normal Feminina sair do Elisa Souto e ir para as dependências do Liceu. Estabelecia-se, novamente, o regime misto na Escola Normal.
Em 1890, o governador Ximeno de Villeroy fundiu o Liceu com a Escola Normal e originou-se, daí, o Instituto Normal Superior, que teve apenas três anos de duração. Em seu lugar nasceu, em 1893, o Gymnasio Amazonense e, desse modo, ficou a formação de professores subordinada a um curso normal, anexo a esse novo ginásio.
Governador Eduardo Ribeiro
Para que fossem aplicadas as teorias aprendidas pelos futuros professores, o governador Eduardo Ribeiro instituiu, em 12 de outubro de 1895, uma escola modelo, anexa ao curso normal. Destinada à prática do magistério, ela foi instalada em um das dependências do prédio do Gymnasio. Mas não durou nem dois anos, já que foi extinta em 24 de maio de 1897.
O Regulamento da Instrução Pública de 1900 devolveu a autonomia administrativa à Escola Normal, que passou a ocupar o 2º piso do Gymnasio Amazonense, onde permaneceu até o final de 1903, porque, no outro ano, o governador Silvério Nery a transferiu para o prédio escolar da rua Saldanha Marinho, esquina com a Costa Azevedo. Nesse local, funcionou até o final de 1907, quando retornou para o prédio da rua Municipal.
Em mais uma tentativa de o Governo do Estado oferecer o ensino prático aos estudantes normalistas. Ao final de 1913, a Escola Complementar Mista, criada em 1907, teve sua incorporação à Escola Normal. Como curso anexo, em que os futuros professores poderiam realizar os seus primeiros contatos com os afazeres inerentes à profissão.
Praça Heliodoro Balbi
Na metade da década de 1930, a Escola Normal mudou novamente de endereço. Passando a funcionar no prédio do antigo Quartel da Polícia Militar, situado na então praça João Pessoa, atual Heliodoro Balbi.
A sua denominação atual, Instituto de Educação do Amazonas – IEA, teve sua oficialização em 1940 pelo Decreto-Lei 404, de 4 de março daquele ano. Assinado pelo então interventor federal Álvaro Botelho Maia.
A sede definitiva do IEA, na rua Ramos Ferreira, altos da Eduardo Ribeiro, foi erguida assim dos alicerces que serviram para edificar o Palácio do Governo. Seu construtor foi o mestre de obras Marçal Martins.
Em 1940, em meio a essas obras, encontrou-se a pedra fundamental do início da construção desse palácio. Dentro dela havia uma caixa com documentos datados de 1893. Entre os quais, uma ata lavrada em pergaminho e assinada pelo então governador Eduardo Ribeiro, além de jornais da época, uma moeda de ouro e outras de cobre, níquel e prata.
Grupo Escolar Princesa Izabel
Quatro anos depois, em 16 de março de 1944, a então diretora do IEA, Eunice Serrano Telles de Sousa, abriu a ala esquerda para visitação pública – pavilhão que possuía dezessete salas.
Naquela ocasião, também teve inaugurado os retratos de Getúlio Vargas e Álvaro Maia, à época, respectivamente, então presidente da República e interventor federal.
Em 1946, já com o seu prédio concluído, o IEA recebeu assim a instalação de uma escola para o ensino prático do magistério. Denominada Grupo Escolar Princesa Izabel.
Escola-Piloto de Ensino Médio de Tempo Integral
Quase trinta anos depois, o Princesa Izabel ganhou assim um prédio próprio, inaugurado em 1º de abril de 1974. Ao lado do então Instituto de Educação. Entre os anos de 1963 e 1972, a Assembleia Legislativa ocupou seis salas de aula do IEA.
Na segunda metade da década de 90, esse Instituto funcionou como Centro de Excelência Profissional. Em 2002, quando o então Ministério da Educação determinou obrigatória a formação em nível Superior para o exercício do magistério. O IEA passou a oferecer apenas o Ensino Médio.
O prédio dessa instituição de ensino possui trinta salas de aula, distribuídas em dois pavimentos. A partir de 2009, o IEA foi então transformado em Escola-Piloto de Ensino Médio de Tempo Integral.
Foto: Coleção Silvino Santos.
Acervo: Museu Amazônico.
Imagem e texto retirados do livro Manaus, entre o passado e o presente do escritor Durango Duarte.
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