Vista do prédio do Instituto Benjamin Constant e seus jardins.
Azylo Orphanológico Elisa Souto
Autorizado pela Lei 643, de 2 de junho de 1884, o então presidente da Província, Theodoreto Souto, criou uma instituição destinada a oferecer os ensinos primário, moral e doméstico para meninas órfãs e pobres.
Inaugurada no dia 10 de julho, na rua Nove de Novembro, atual Lauro Cavalcante, foi assim denominada Azylo Orphanológico Elisa Souto em homenagem à esposa daquele presidente. Para regente desse asilo, foi nomeada Eulália Fernandes Rêgo Monteiro.
A reforma do ensino público realizada pelo então presidente provincial Adolpho de Vasconcelos, em 1886, determinou que a Escola Normal Feminina e o asilo funcionassem no mesmo local. Em razão disso, alugou-se um prédio, de Alfredo Sérgio Ferreira, na rua da Independência, atual Frei José dos Inocentes. A mudança ocorreu no dia 12 de abril daquele ano.
Presidente da Província Theodoreto Souto
O asilo orfanológico ficou nesse local até 1º de agosto de 1888, quando foi assim transferido para o palacete do Barão de São Leonardo, na rua Ramos Ferreira. O Palacete que abrigou o Museu Botânico teve sua compra na administração de Theodoreto Souto.
Em 26 de abril de 1892, pelo Decreto 11, o então governador Eduardo Ribeiro extinguiu o asilo e criou o Instituto Benjamin Constant, com igual finalidade. O nome do Instituto foi uma homenagem a Benjamin Constant Botelho de Magalhães, conhecido como Fundador da República e primeiro titular do Ministério da Instrução Pública.
Filhas de Sant’Anna
A administração desse novo estabelecimento escolar ficou a cargo das irmãs da então Congregação Filhas de Sant’Anna, que chegaram a Manaus em 1893, vindas da Itália. A primeira superiora a reger o Benjamin Constant foi sóror Ana Aquilina Gilardini, que assumiu em 4 de maio daquele mesmo ano.
Vale ressaltar que, apesar desse Instituto ser gerenciado pelas Filhas de Sant’Anna, também havia um diretor laico. O primeiro deles foi o desembargador Luiz Duarte da Silva, nomeado pelo Governo do Estado.
A partir de 1900, ficou facultado às alunas do Instituto que concluíssem assim o curso com bom aproveitamento, o direito a matrícula na Escola Normal e serem nomeadas professoras do interior do Estado, mediante concurso.
Na administração estadual de Ephigênio de Salles, inaugurou-se, nesse estabelecimento de ensino, em 29 de julho de 1929, uma capela em honra à Sant’Anna, ampliada na década de 40. O Teatrinho Santa Rosa teve sua instalação em 1930.
Governador João Walter de Andrade
O governador Danilo Areosa, em 1969, desativou o Instituto. E, em seu lugar, instalou a então Fundação Educacional do Amazonas, responsável, à época, pela administração dos ensinos de nível médio e primário. O Benjamin voltaria a funcionar somente no governo de João Walter de Andrade. Não mais como internato e, sim, como uma escola de regime misto.
Em 1997, a então Escola Estadual Benjamin Constant passou a funcionar em um edifício alugado, na travessa Frei Lourenço, n. 33, onde veio a encerrar suas atividades em 2001.
Por meio do Decreto 11.190, de 14 de junho de 1988, o prédio dessa instituição de ensino – na rua Ramos Ferreira, n. 991, Centro – Tendo seu tombamento pelo então Conselho Estadual de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico do Amazonas – CEDPHA.
Na década seguinte, em 1998, esse prédio histórico recebeu a instalação do então Centro de Informática Benjamin Constant – Ceinfor. Desativado em 2003 e substituído, no outro ano, pelo então Centro de Educação Tecnológica do Amazonas – Cetam. Essa unidade do Cetam teve sua denominação Instituto Benjamin Constant e funciona até os dias atuais.
Foto: Alex Pazuello.
In: The News Brazil, 1907. Marie Robinson Wright.
Imagem e texto retirados do livro Manaus, entre o passado e o presente do escritor Durango Duarte.
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