Alguém ainda entra pelo cano

Alguém ainda entra pelo cano

Cem, duzentos, quinhentos. Sabe-se lá. Muitos e de todos os tamanhos. Finos e grossos. Bem amarrados e com destino útil. São as tubulações para a rede de água que o governo vai estender, assim, a muitos bairros da cidade.

Levando o precioso liquido a centenas ou milhares de residências. Assim, em perspectiva, ficam bem. Alinhamento perfeito. Bonito.

De perto, também são agradáveis, principalmente quando se recorda o fim que terão. Na campanha política, mereceram a ironia popular. Apenas como veículos, com destinatários conhecidos. Para muitos candidatos, que de fato passaram por eles.

Glosando, o povo se diverte e esquece que o local não está muito, assim, adequado para eles. Os canos, já se vê, cujas extremidades, do alinhamento ficam perto do cruzamentos. Impedindo a visão do motorista, mormente na chegada ao Boulevard. Deveriam ser arrumados dentro do Reservatório. Mas protegidos evitando que ainda alguém entre pelos canos.

Coluna A Cidade em Foto do Jornal A Gazeta, 01 de fevereiro de 1964.

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