Primeira Igreja e Paróquia de Manaus
Construída pelos padres Carmelitas em 1695, a primeira igreja e paróquia de Manaus – consagrada a Nossa Senhora da Conceição – localizava-se próximo ao então Forte de São José da Barra do Rio Negro, marco inicial da Cidade.
Em 1781, a Junta Governativa da Capitania de São José do Rio Negro mandou assim demoli-la.
A reconstrução do novo templo teve início em 1782, entretanto, o governador Manoel da Gama Lobo D’Almada, por não ter se agradado das feições e do tamanho dessa igreja, ordenou que o trabalho fosse refeito.
A nova Matriz de Nossa Senhora da Conceição – maior e com novas linhas arquitetônicas – foi reerguida somente em 1788 e se transformou no centro dos acontecimentos cívicos e religiosos do então Lugar da Barra.
Seminário São José
Nela aconteciam as principais cerimônias da Cidade àquela época, como a solenidade de juramento à primeira Constituição Brasileira, realizada assim em 1824.
Três décadas depois, um incêndio ocorrido em 2 de julho de 1850 consumiu toda a igreja construída por Lobo D’Almada. De acordo com o jornal A Voz Paraense, publicado 23 dias após esse desastre, salvaram-se, apenas, algumas imagens e o vaso com o Sagrado Santíssimo Sacramento, este último, resgatado pelo estudante Manoel dos Santos Flexa. Ainda segundo aquele noticioso, o sacrário e todos os objetos nele contidos foram para a capela do Seminário São José.
Coube ao engenheiro militar e arquiteto Sebastião José Basílio Pyrrho organizar a planta de uma nova Matriz e ao pedreiro Francisco Canejo executá-la.
A pedra fundamental da obra foi lançada em 23 de julho de 1858. Passadas duas décadas, em 29 de junho de 1875, os sinos receberam a bênção litúrgica. Nesse mesmo ano, chegaram de Lisboa, capital portuguesa, a capela-mor, três altares e o batistério esculpido em pedra de lioz.
Primeiro Pároco
Dadas as dificuldades orçamentárias, a falta de materiais e a ausência de mão-de-obra especializada, a igreja somente seria então inaugurada em 15 de agosto de 1877, no Governo Provincial de Domingos Monteiro Peixoto. Seu primeiro pároco foi o padre José Manoel dos Santos Pereira.
Em 1883, o bispo do Pará, Dom Antônio de Macedo Costa cedeu uma das dependências da igreja para que lá funcionasse a Biblioteca Pública Provincial, que esteve em atividade nesse local até 1887 (ver Capítulo Bibliotecas).
A Matriz de Nossa Senhora da Conceição teve sua elevação à categoria de Catedral em 27 de abril de 1892. Mesma data da então criação da Diocese do Amazonas.
A primeira grande reforma então realizada nesse templo ocorreu em 1916. Em 29 de junho de 1945, inaugurou-se a sua decoração interna. A então nave central e a capela-mor foram pintadas a óleo e adornadas com símbolos litúrgicos.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
No ano seguinte, em 24 de março de 1946, ocorreu a realização da sagração da Catedral pelo então arcebispo de Belém do Pará, Dom Mário de Miranda Villas-Boas.
Pelo Decreto 11.039, de 12 de abril de 1988, o templo teve seu tombamento como Monumento Histórico Estadual – apesar de já existir uma lei, datada de 1950, em que a Catedral Metropolitana e as igrejas de Nossa Senhora dos Remédios e de São Sebastião recebem tombamento como monumentos históricos do Amazonas (Lei 878, de 30 de dezembro daquele mesmo ano).
A Igreja Matriz sofreria sua última grande restauração entre 2001 e 2002. O dia de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira do Estado do Amazonas, tem sua comemoração em 8 de dezembro. Com o aniversário dessa Paróquia –, quando assim realizam-se as tradicionais procissão e missa.
Foto: Fotografia Fidanza.
Acervo: Biblioteca Samuel Benchimol, Moacir Andrade, Igha.
Foto: Nonato Oliveira.
Foto: Alex Pazuello.
Imagem e texto retirados do livro Manaus, entre o passado e o presente do escritor Durango Duarte.
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