A fome dói, é coisa que todos sabem, por mais que seja bem nascido. Quando vem aquele vazio no estômago, o jeito é desapertar. E o bolo de macaxeira vem a propósito, pelas três da tarde, ou mais. Hora de merenda de quem trabalha e só pode “dar um pulinho”.
Uns chamam de “entala gato” outros de “comeu, morreu” ou “morte lenta” e mais nomes que ocorram no momento. Mas todos compram e se deliciam, que de fato é gostoso, bem feitinho, servindo até para levar pra casa, num embrulhinho, pra completar a janta. Apesar da macaxeira ser o “carro chefe do negócio”, o “bolo podre”, também tem vez, assim como outras guloseimas.
Tem freguesia certa e até selecionada. Fazem fila pra comprar e não raro encosta um carro, de placa particular, pra uma compra ligeira. O negócio vai aumentando e os compradores também. Todas as tardes o vendedor se estabelece, porque tem competência, na Teodureto Souto, pertinho da praça ao lado do Hotel Amazonas.
E dizem que até turista estrangeiro, pra variar, ali comparece de quando em vez. Os graciosos chamam de entulho e lembram que o melhor tempero é a fome. Mas todos gostam e voltam.
Coluna A Cidade em Foto do Jornal A Gazeta, 05 de março de 1964.
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