Há vários anos tomaram conta da esquina. Gentis. Úteis. Trabalhadores. Chatos. Muito chatos mesmo, principalmente quando não se quer engraxar, porque eles teimam em passar um paninho “só para dar brilho, freguês, é de graça. Mas no sábado o senhor engraxa comigo tá”?.
Descem dos bairros pela manhã e regressam a noite. Gerações vão passando pela esquina da Eduardo Ribeiro com Saldanha Marinho, com incursões frequentes que aborrecem o Meneguine e o Figueiredo. Invadem tudo quando não dá freguês no ponto. Já ganharam almoço de rico no Bar “Avenida”, numa domingueira de sol em que o amigo Alfredo Aguiar se transformou em anfitrião.
Sempre sorridentes e pacientes, que a profissão assim os obriga. As reuniões são comuns, as vezes no meio da rua. Discutem problemas da classe e elevam, sem memorial à COAP, o preço do trabalho. Atualmente, sem nenhum aviso, a engraxada, com “lustro” e um pouco de tinta no início, está em 120 cruzeiros. Falam assim, do custo de vida, problemas sociais, conquistas dos trabalhadores. E pensam em fundar um sindicato. Com direito a greve…
Coluna A Cidade em Foto do Jornal A Gazeta, 19 de novembro de 1963.
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