A princípio, entre os dois existe um passado negro, de escuridão. Tristonho. De trevas. Com apogeu de lampiões, candeeiros e lamparinas. E assim, as velas de estearina como linha divisória entre o querosene e o gás liquefeito. O passado foi bom. Lampiões nas esquinas. Casais enamorados à procura de um desvão de porta para um encontro furtivo. Claro como o dia, costumavam assim dizer.
Enquanto isso, o Chico Reis e outros fornecendo a lenha, acha grande, que a caldeira da Tramways não gostava de “mocotó”. Encampação. Descaso. Cidade crescendo. Madalena. Arrependimento. Madalena de novo. Wilson Sons. Vergonha. Sujeira. Conjugados japoneses. Lugares claros, muitos escuros assim feito breu.
A usina flutuante, melhorando um pouquinho. Conjugados dinamarqueses anunciando que a Termo elétrica vinha ai. Nova usina. Moderna. Capacidade para suprir três ou mais vezes as necessidades atuais. E na entrada da então ponte velha do Educandos, ao lado de um dos pavilhões da antiga sub usina da Manaus Tramways, os dois se encontraram. O velho poste de ferro da “Companhia”, abandonado, formato em cruz, num simbolismo gritante.
E o contraste do outro, de cimento armado, com suas cruzetas simétricas, levando energia, progresso, civilização a toda a cidade. Há pouco os dois se tornaram íntimos. Quando não houve luz porque faltou água.
Coluna A Cidade em Foto do Jornal A Gazeta, 04 de dezembro de 1963.
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