Antes de mais nada, quando estes dois se encontram – dizem as más línguas – a cidade estremece. Um veio do Maranhão; o outro foi daqui pra lá, depois voltou. Ambos vivem do riso e algumas vezes das lágrimas dos outros. Fazem imprensa. O que está falando, escreve; o que está calado, fala. O de gravata gosta do traje esporte; e sim ele prefere o paletó. O que equivale dizer: não são irredutíveis.
No registro civil chamam-se Herculano de Castro e Costa e Josafá Furtado Pires (às vezes com ph). Na intimidade Herculano e Josa. Bom papo e melhores amigos. Deles e nossos. Espontaneamente pertencem assim, a esta risonha cidade, por adoção. Tem feitio próprio. Dos melhores. Sabem dizer as coisas com autenticidade. Genuínos. Puros.
Herculano é daqui da casa, onde é respeitado e querido. Com escola e tudo. Josa faz rádio na Baré. Onde entende e sabe fazer qualquer programa. São notícia porque vivem dela. Das boas e das más, que não deixam de ser boas, para o público. Na rua, trocam impressões sobre os outros, a velha árvore, da foto, ajuda a contrafazer assim, o fundo da paisagem. Em suma, como na poesia, dando sombra e conforto aos que padecem de notícias. E aí está um retrato da cidade.
Coluna A Cidade em Foto do Jornal A Gazeta, 26 de novembro de 1963.
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