A princípio, a carrocinha de refresco na contramão e o ônibus cara chata teve que esperar a vez para poder passar. O dono do pequeno veículo dirigiu o tráfego, coisa que ele conhece muito bem, pois é um guarda de trânsito aposentado. É “Caneco Amassado”, um dos remanescentes da Inspetoria de Tráfego e que sabe de cor e salteado a estória dos ônibus da cidade.
Conheceu aqueles de um cidadão, salvo engano, por nome Bohadana, que a “Manaus Tramways” comprou para evitar concorrência. E viu Adelelmo Marques, o Dedé, meter no tráfego o “Periquito da Madame”. Que era um caixote em cima de um chassis, e se tornar de fato e de direito o verdadeiro pioneiro do transporte coletivo automotor da cidade. Viu os ônibus crescerem; feitos aqui mesmo em Manaus, pelo Damasceno, o “velho” Pires, Lamego, e outros; “Gilda”, “Perna de Pau”, “Fracasso”, “São Cristóvão”, os “Manaus”.
Uma dificuldade os ônibus de Educandos subirem a então “Baixa da Égua”, até que o Stenio apareceu na Prefeitura e resolveu o problema. Praça 14 pela Major Gabriel e Leonardo Malcher, sem dar circular. E os coletivos foram aumentando e tomando conta da cidade. Começaram com passagens a dois cruzeiros e hoje já está a 30. Mas sem esquecer o “Zepelim” feito pelo Barata e vendido ao Moleiro, aquele ônibus gigante que o Zildo Naveca, no tempo o “Pequenino” e hoje diretor da Transportamazon, guiava. E esses carros bonitos, últimos modelos, da transporte. Enfim, a estória dos ônibus é comprida, então melhor ficarmos olhando o “Lamego” e o “Aurora”, e a carrocinha do “Caneco Amassado”.
Coluna A Cidade em Foto do Jornal A Gazeta, 14 de dezembro de 1963.
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