Antes de tudo, afora algumas residências de gabarito nas proximidades, pela Quintino Bocaiuva, Pedro Botelho e Dr. Almino, o abandono ali é assim, completo. À noite, ouve-se o coaxar dos sapos e das rãs, naquela cantilena tão própria.
Nesse meio tempo, quando o rio enche, tudo fica alagado e as canoas podem penetrar folgadamente até as ribanceiras. A vegetação rasteira é exuberante. Das então casas construídas apenas duas resistem às cheias. Alguns milhões, um muro de arrimo e esgotos mudariam a visão do local.
Uma praça ampla e moderna. Ou quadra de esportes, com o barranco ajudando nas arquibancadas. São sonhos dos moradores das circunvizinhanças. De olhos abertos, fazendo castelos no ar para o vazio do chão.
São os visionários, que veem tudo azul. Mas existem os céticos, prevendo para breve uma invasão de flutuantes. Boiando no inverno; encalhados na lama, nas vazantes. Na então reforma agrária (ou urbana?) como ficaria o local?
Coluna A Cidade em Foto do Jornal A Gazeta, 11 de dezembro de 1963.
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