Antigamente era endereço de quem não tinha residência. Onde você mora? E o malandro respondia: debaixo da ponte. Mas vieram outros tempos e outras épocas, os flutuantes foram chegando à cidade grande, invadindo seus igarapés e alcançando a “Terceira Ponte” ou a “Ponte de Ferro”, cujo nome oficial é “Benjamin Constant” ligando a cidade ao bairro da Cachoeirinha, sobre o Igarapé do Mestre Chico, com ramificação para o Educandos sob a “Ponte de Ferro” o abrigo é mais seguro e com a extinção dos bondes terminou aquela barulheira infernal.
A sacudidela continua, e dizem os entendidos, faz parte do equilíbrio. Enquanto ela sacudir não cai. Mas residência da foto não é flutuante. É casa mesmo, com esteio enterrado no chão, nada de boias, com saídas para a General Glicério, ou mesmo para a Avenida Sete. Bem perto do mercadinho da Cachoeirinha. Não paga imposto predial, nem taxa de saúva e contra incêndio. Quando o rio subir, se a cheia for grande, ela vai virar submarino. E será assim, gozado o sujeito dizer que mora debaixo d’água.
Coluna A Cidade em Foto do Jornal A Gazeta, 18 de janeiro de 1964.
Tags: A Cidade em Foto, A Gazeta, Amazonas, Curiosidade de Manaus, Durango Duarte, Foto Antiga de Manaus, História de Manaus, Iconografia de Manaus, IDD, Igarapé do Mestre Chico, Imprensa de Manaus, Instituto Durango Duarte, Manaus, Mercadinho da Cachoeirinha, Moradia Embaixo da Ponte, Ponte Benjamin Constant, Ponte de Ferro da Sete, Terceira Ponte