Dos tempos em que mentira era potoca

Dos tempos em que mentira era potoca

A princípio, Manaus já teve coisas belas em seus parques e jardins. Que o tempo e os homens fizeram desaparecer, deixando alguns remanescentes para agradar um pouco a paisagem e fazer relembrar o passado. Toda cidade tem suas histórias forjadas em grandezas e misérias. E a nossa pacata e invencível ex São José da Barra do Rio Negro não poderia fugir à tradição.

Coisas velhas, como diziam, do “arco da velha”, quando mentira se chamava potoca e fio de bigode valia mais que assinatura em aval de promissória. O javali briga com um cachorro, esculpido em bronze, sobre uma pedra e colocado no jardim da Polícia, onde ainda se encontra.

Da briga nada interessa, que um encontro de onça com jacaré é mais interessante, pitoresco e muito mais amazônico. O valor está na obra de arte, na beleza que encerra e de que os frequentadores daquele logradouro público nem se apercebem. E que, mesmo assim, lá se integrou à vida da cidade.

Coluna A Cidade em Foto do Jornal A Gazeta, 28 de janeiro de 1964.

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