De tudo, apenas um vazio

De tudo, apenas um vazio

Há 113 anos atrás, neste local, existiu uma casa, parece que de adobe, como as boas construções da época. De dois andares, de esquina. O “fícus benjamin” ainda não havia sido plantado.

A Eduardo Ribeiro, ou seja, atual era igarapé, o mesmo acontecendo com a 13 de Maio, Getúlio Vargas da ditadura pra cá. Nem ponte de ferro, nem Teatro Amazonas. Estávamos saindo da tutela do Grão Pará, depois disso, iniciávamos a nossa existência oficial.

Primeiramente, na casa do local citado (devia ser a mais suntuosa daqueles tempos) foi instalada oficialmente a Província do Amazonas, com Ata e tudo, uma história (com H mesmo) para ser cantada pelo professor Mário Ypiranga em tempo oportuno.

Muitos dos nossos contemporâneos lembram-se da casa como o “Suisso”, bar – restaurante de noitadas alegres e valentias famosas (isso agora é estória, não é?!). O tempo, certamente, em sua dureza inexorável, encarregou-se de derrubar a casa e os homens completaram a demolição.

O prefeito Josué Cláudio de Souza desapropriou o terreno para construir um museu. Justo e bonito! O dono, tinha que haver um dono, não se conformou com o preço. É natural e humano. Pendência Judicial. Nada feito, em suma, a não ser o nome Instalação, na placa de rua, nada mais faz lembrar aquele local vazio na esquina com a Frei José.

Coluna A Cidade em Foto do Jornal A Gazeta, 05 de dezembro de 1963.

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