A foto podia até entrar em sorteio, com prêmios ao acertador que identificasse o local. A grade, ao alto, é a única referência – a pista, pode se chamar – pois a porta não foi fotografada. O cubículo difere dos outros apenas na decoração da parede.
Feita assim de capas e páginas de revistas, de preferência coloridas, coladas uma ao lado da outra, enfeitando a parede. Para que seu ocupante possa se distrair nas horas de recolhimento, lembrando como pode ser o mundo fora daquelas quatro paredes.
Não imaginamos se aumenta o suplício ou é um paliativo para o sofrimento. Se foi feito como distração ou um modo singular de penitência, um lembrete constante que a vida aqui fora é muito melhor. Para distrair ou ajudar a recuperação, de qualquer maneira mostra o bom gosto do detento.
Que o quarto é uma das celas da Penitenciária Central do Estado onde se encontra um ex jogador de futebol, condenado, por homicídio. A cela, assim tratada, fica mais alegre, limpa e protege seu inquilino da frieza que a umidade da parede contém. O que denota inteligência e sentido de proteção aliados ao bom gosto.
Coluna A Cidade em Foto do Jornal A Gazeta, 09 de março de 1964.
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