Não tem paisagem, mas poesia. Assim acreditamos, por conhecermos a alegria dos menores na pesca do caniço. Caniço muito nosso, feito de vara tirada de uma árvore qualquer, desde que envergue, mas não quebre. Com anzol ou anzolin, tendo como isca a melhor que existe, a minhoca, apanhada ali mesmo na beira e ainda suja de terra.
Para pegar aracu, mandi, pacu, sardinha. O que cair no anzol é peixe. De olho na boia, esperando o momento do peixe fisgar o anzol. Precisa atenção, para o puxavante ser no segundo exato, pois, do contrário lá se foi a minhoca. O local é limpo, sem perigo de candiru ou piranha. De quando em vez uma pausa para boas risadas, que eles, nesse negócio da barulho espantar peixe, não acreditam, não.
Quando a sorte ajuda, dá mais de uma “enfiada”. O flagrante, se saísse num postal de turismo, estaria “depondo contra os nossos foros de cidade civilizada”. Mas é genuíno, pitoresco, de muita beleza, apesar do cotidiano. Gostoso pela autenticidade dos pescadores, de uma inocência que os conserva longe das águas turvas.
Coluna A Cidade em Foto do Jornal A Gazeta, 14 de janeiro de 1964.
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