No dia em que aparecer um sujeito de “tutano” para fazer um dicionário de termos usados pela meninada através dos tempos, muita coisa interessante vai surgir. E irá se verificar que muitas mudanças ocorreram e muita coisa boa foi conservada.
Como no jogo da bolinha, que agora se chama turitis. Já não se joga mais a “casa”, e o “mata-mata”. Mas o triângulo ainda é conservado com algumas alterações. Uma bolinha bater na outra não é mais “tecar” e sim “mate”, mas o “fona” continua sendo o último.
Já não se pede mais “prazo” ou “experimenta”, e o prazer de ser o “matão” não existe mais. Em compensação a bolinha predileta para se jogar ainda é a “ponteira”, e ganhar todas as bolinhas do adversário continua sendo “abufitar”.
A posição de pegar na bolinha, com o indicador e o polegar, mudou muito, e já não se pode contratar que “vale tudo” ou “não dou nada”. Desapareceram o “expulsa cavalinho” e o “expulsa cavalão”, para surgir termos novos, que daqui a alguns anos estarão ultrapassados.
Não precisa ler a legenda, basta olhar a foto para sentir saudades. Dos bons tempos de moleque, no bom sentido, já se vê. Com algumas artimanhas que agora merecem condenação, embora com um sorriso nos lábios e o eterno “nos meus tempos era diferente”.
Coluna A Cidade em Foto do Jornal A Gazeta, 09 de abril 1964.
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