Capela do Pobre Diabo na Cachoeirinha

Capela do Pobre Diabo na Cachoeirinha

Capela de Santo Antônio do Pobre Diabo

Ao contrário dos outros templos secundários mencionados neste Capítulo, a então Capela de Santo Antônio do Pobre Diabo não atende a nenhum público específico. De propriedade particular, sua origem possui várias versões. Adotou-se, aqui, a encontrada no Diário Oficial do Estado, de 11 de junho de 1927.

Em 1875, o português Antônio José da Costa veio morar em Manaus, na rua da Instalação, Centro, onde montou com José Joaquim de Souza Júnior o comércio Costa & Souza. Devoto de Santo Antônio, o então comerciante reservou um espaço, em uma das prateleiras do seu estabelecimento comercial, para colocar uma imagem de Santo Antônio, adquirida em Belém.

Ao final de cada dia de trabalho, antes de fechar o seu comércio, Costa rogava a seguinte frase: “Meu Santo Antônio, protegei este pobre diabo”. Possivelmente, esse seja o motivo pelo qual o português ganhou o apelido de Pobre Diabo.

Em 1878, Costa encerrou a sociedade com Souza e levou consigo a imagem do seu Santo protetor. O português veio a montar, logo em seguida, um novo estabelecimento denominado O Pobre Diabo em alusão ao seu apelido.

Após vários anos na rua da Instalação, o português mudou- se para o bairro Cachoeirinha, onde adquiriu, em 1896, um terreno próximo à então praça Floriano Peixoto, hoje extinta, entre as ruas Santa Isabel e Canutama, atual Ipixuna. Nessa área, foi construída a capela em honra ao Santo.

Em 28 de outubro de 1897, dona Cordolina Rosa de Viterbo, esposa do comerciante, cedeu essa ermida à Diocese de Manaus para o culto a Santo Antônio de Lisboa, porém, com a condição de que, em vida, ela seria então a zeladora do templo.

Capela de Santo Antônio

Com quatro metros de frente por oito de fundo, a Capela foi construída toda em tijolo e pedra, ladrilhada de mosaicos. Sua bênção realozou-se no dia 13 de junho de 1901 pelo então bispo diocesano Dom José Lourenço da Costa Aguiar. Somente duas décadas mais tarde, em 1922, que essa ermida receberia a sua primeira restauração.

Por meio da Lei 8, de 28 de junho de 1965, aprovada pela então Assembleia Legislativa do Estado, a Capela de Santo Antônio do Pobre Diabo foi tombada como Monumento Histórico (D.O.E., de 30 de junho daquele mesmo ano). Mais de vinte anos depois, essa lei foi reforçada pelo Decreto Estadual 11.036, de 12 de abril de 1988. Na década seguinte, em 1997, a pequena igreja foi novamente restaurada.

Localizada na rua Borba, bairro Cachoeirinha, Zona Sul de Manaus, nos dias de hoje, essa Capela abre assim suas portas somente para visitas de turistas e nas comemorações do dia de Santo Antônio, em 13 de junho. Nesse dia, realiza-se a cerimônia de bênção dos pães – pelo vigário da Paróquia de Santa Rita de Cássia –, os quais são ofertados à comunidade.

Foto: Hamilton Salgado.

Imagem e texto retirados do livro Manaus, entre o passado e o presente do escritor Durango Duarte.

 

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